A Dependência do Exercício Físico

A Dependência do Exercício Físico
Quinta parte da série de posts baseados num estudo de 2005, publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte pelos autores Marco Túlio de Mello, Rita Aurélia Boscolo, Andrea Maculano Esteves e Sérgio Tufik. Este estudo trata da relação entre atividade física e alguns aspectos psicobiológicos. O tema deste post é a dependência do Exercício Físico.
 

A DEPENDÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO

 
Paradoxalmente deve-se reconhecer a existência de alguns indivíduos que se envolvem na prática de exercícios físicos com tal intensidade e/ou freqüência que podem trazer prejuízos à saúde, como, por exemplo, os dependentes do exercício físico(37,38).
 
Embora os benefícios da prática regular do exercício físico para saúde sejam bem conhecidos, pouco se sabe a respeito dos efeitos da prática excessiva de exercícios e da sua relação com a gênese de um comportamento patológico.
 
Dentre os principais estudos voltados para a prática excessiva de exercícios físicos, destacam-se os relacionados aos transtornos alimentares e os que sugerem ser o excesso de atividade física uma forma específica de dependência comportamental. As teorias para dependência de exercício baseiam-se nas propriedades reforçadoras positivas ou negativas da prática excessiva de exercícios, fazendo uma analogia com a dependência de substâncias psicoativas. As propriedades de reforço positivo do exercício estariam associadas à sua capacidade de aumentar os níveis dos principais neurotransmissores envolvidos na vias neurais do prazer (endorfinas e dopamina). As propriedades de reforço negativo estariam na sua capacidade de minimizar os estados negativos de humor, reduzindo ou abolindo uma sensação de desconforto físico e/ou psíquico. Embora as teorias baseadas nas propriedades de reforço do exercício físico sejam empolgantes, ainda não há evidências suficientes que as confirmem. São necessários estudos que utilizem instrumentos objetivos para medida de dependência de exercício, com desenhos experimentais adequados, fundamentados em teorias que considerem a dependência de exercício dentro de um construto multidimensional.
 
Continue lendo:
 

Parte 1 – A Influência da Atividade Física no Sono
Parte 2 – Os Ritmos Biológicos e o Exercício Físico
Parte 3 – Os Transtornos do Humor e o Exercício Físico
Parte 4 – A Memória e o Exercício Físico
Parte 5 – A Dependência do Exercício Físico
Parte 6 – O Álcool e o Exercício Físico
Parte 7 – Os Esteróides Anabolizantes e o Exercício Físico

REFERÊNCIAS


37. Davis C. Eating disorders and hyperactivity: a psychobiological perspective. Can J Psychiatry 1997;42:168-75.
38. Davis C, Katzman DK, Kaptein S, Kirsh C, Brewer H, Olmsted MP, et al. The prevalence of hyperactivity in the eating disorders: etiological implications. Compr Psychiatry 1997;38:321-6.

 
 
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